• Disjuntores, esses incompreendidos.
  • 05 de abril de 2017
  • A escolha do melhor disjuntor para sua instalação elétrica pode até parecer uma tarefa simples, mas existem inúmeros modelos no mercado, cada um desenvolvido para um tipo específico de uso. Por isso, é melhor ficar atento para não errar.

     

    Para entender melhor seu funcionamento, considere o desenho abaixo como a representação da instalação de sua residência.

     

    DISJUNTORES

     

     

    Na área cinza, temos o quadro de distribuição onde ficam localizados os disjuntores (ou minidisjuntores).

     

    As linhas pretas são as fases (F).

     

    A linha azul é o neutro (N).

     

    A linha verde e amarela é o aterramento do circuito (PE).

     

    Observe que o neutro e o aterramento não são interrompidos pelos disjuntores.

     

    À esquerda, temos o disjuntor geral, por onde passam as fases (F), que vêm da concessionária de energia e vão para os disjuntores que protegem os circuitos individuais. Ou seja, enquanto cada disjuntor desliga somente seus respectivos circuitos, se desligarmos o disjuntor geral todos os demais circuitos serão desenergizados.

     

    Imagine, então, a seguinte situação:

     

    Seu aparelho de ar-condicionado está ligado no último circuito da esquerda. Por seu longo tempo de uso ou problemas técnicos, ele começa a aquecer e consumir mais corrente elétrica que o esperado, o que pode ocasionar o aquecimento excessivo dos fios e levar a incêndios.

     

    Aí entra o disjuntor.

     

    Eles são dispositivos que protegem circuitos elétricos contra efeitos de curtos-circuitos e sobrecargas e, como vimos, as instalações elétricas são sujeitas a falhas. Com essa proteção, você garante mais segurança para seus aparelhos eletrônicos e, principalmente, para você e sua família.

     

    DISJUNTORES

     

     

    Mas do que são feitos os disjuntores:

    • Alavanca: liga e desliga o disjuntor.

     

    Quando o disjuntor desarma, ele deve ir para a posição desligado. Porém, mesmo se a alavanca estiver travada na posição ligada, o disjuntor vai funcionar.

     

    • Bornes: onde os cabos da instalação são conectados. Devem ser sempre apertados para evitar mau contato.
    • Acelerador de disparo: fecha os contatos do disjuntor. Possui uma mola que faz com que ele se abra rapidamente e que pode ser acionada pela alavanca ou por um dos disparadores.
    • Disparador térmico: uma chapa composta por dois metais. Chamada de bimetal, ela se aquece quando uma corrente passa, gerando uma diferença de dilatação entre os dois metais e fazendo com que se dobre. Em uma situação normal, esse efeito não atua sobre o acelerador de disparo.
    • Disparador magnético: bobina que, quando percorrida por uma corrente elétrica, cria um campo magnético que atrai o acelerador de disparo, desarmando o disjuntor.

     

    Na situação descrita anteriormente, tivemos uma sobrecarga, que nada mais é do que o aumento de consumo de corrente dos aparelhos, que varia de 1,13 a 3 vezes a corrente nominal do disjuntor.

     

    É interessante notar que sobrecargas ocorrem em situações normais de operação e são bastante comuns.

     

    Por exemplo: cada vez que o compressor do aparelho de ar-condicionado é acionado, ele causa uma pequena sobrecarga que não ultrapassa alguns segundos. Isso não deve ser suficiente para que seu disjuntor dispare, pois a proteção de sobrecarga (disparador térmico) leva um tempo para atuar, o que é previsto na sua construção para permitir essas sobrecargas normais de operação.

     

    Outra causa comum de sobrecarga é a conexão de cargas demais em uma única tomada, como ilustra a figura a seguir:

     

    DISJUNTORES

     

     

    É importante lembrar que cada tomada de uso geral (ou seja, que não é específica de um único aparelho) é dimensionada para suportar não mais que 10A.

     

    Tomadas de uso específico, como para aquecedores, chuveiros e aparelhos de ar-condicionado, podem ter especificações diferentes, mas precisam ser protegidas por um disjuntor separado, que deve ser dimensionado levando em consideração essa carga.

     

    Então vamos a outra situação:

     

    Você tem vários aparelhos ligados a uma mesma tomada e, por alguma razão, um deles foi esmagado a ponto de condutores encostarem um no outro.

     

    Temos um curto-circuito.

     

    Nesse caso, a corrente que passa no circuito será muitas vezes superior à que qualquer circuito pode suportar, e essa é uma das situações mais críticas de uma instalação elétrica.

     

    Seu desligamento precisa ser imediato.

     

    E quem entra para salvar?

     

    O disjuntor.

     

    Com o disparador magnético e todos os mecanismos explicados anteriormente, imediatamente o disjuntor é desarmado.

     

    E então você se pergunta: Isso quer dizer que se eu tocar um fio desencapado, o disjuntor vai me proteger?

     

    Não.

     

    O disjuntor pode até proteger sua instalação, porém uma corrente de poucos miliamperes (mA) já pode matar um ser humano, e o disjuntor atua com correntes acima de vários amperes (A). Em outras palavras, quando o disjuntor disparar, neste caso, a pessoa já estará morta.

     

    Outro mito é que os disjuntores protegem contra raios (tecnicamente conhecidos como descargas atmosféricas). Isso ocorre, pois descargas atmosféricas causam sobretensões, mas o disjuntor protege contra sobrecargas, que não é a mesma coisa.

     

    Em futuros posts, voltaremos a estes assuntos para explicar melhor seus efeitos.

     

    Lembrando que este é um artigo extremamente técnico, por isso deixamos de lado assuntos como curvas de disparo, classes de disjuntores, tipos de disjuntores, seletividade e outros temas importantes para uma próxima oportunidade. E recomendamos sempre que consultem profissionais habilitados para dimensionar e aplicar os disjuntores de sua instalação adequadamente. Com isso, vocês poderão dormir tranquilos e seguros.

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