• Dispositivos protetores de surto
  • Só eles para aguentar a força de um raio.
  • 12 de maio de 2017
  • Garanto que você já ouviu este conselho: quando tiver uma trovoada, tire os equipamentos elétricos das tomadas.

     

    Até alguns anos atrás, esse realmente era o único jeito de evitar que descargas atmosféricas (o nome técnico dos raios) queimassem equipamentos, mas atualmente, podemos contar com meios mais modernos e eficientes para evitar esse problema.

     

    Antes de falar sobre eles, vamos entender um pouco o que causa a queima de seus aparelhos e, depois, como protegê-los.

     

    Na escola, ensinaram que um raio é a energia estática que estava acumulada nas nuvens sendo descarregada na superfície da terra. O que talvez você não saiba, é a dimensão enorme dessa energia e que, para piorar, sua descarga é concentrada em um período de tempo extremamente curto (não mais que 12 microssegundos ou 12 milionésimos de segundos)

     

    Como se tudo isso não bastasse, para complicar mais a vida, seus equipamentos elétricos são ótimos condutores de eletricidade, a começar pelos cabos de alimentação que atravessam o país de fora a fora.

     

    E ainda tem mais: há duas formas de um raio causar danos.

     

    A que você já deve ter imaginado: um raio caindo em um fio de transmissão, que chamamos de descarga direta e cujo efeito pode ser sentido muitos quilômetros de distância, dependendo de qual ponto da linha de transmissão foi atingida.

     

    E a outra forma, que é ainda mais complicada:

     

    Quando dois condutores estão um ao lado do outro, ocorre um campo magnético que induz corrente elétrica. Normalmente, isso não é um problema, pois falamos de correntes pequenas. Já no caso de um raio, que conduz milhares de Amperes e gera um campo magnético enorme, na prática, mesmo que um cabo não tenha sido atingido diretamente, pode haver uma indução de corrente que terá um efeito similar ao próprio raio.

     

    Mas o que exatamente acontece com seus equipamentos se sua rede elétrica for atingida por uma descarga atmosférica?

     

    Em uma residência, os aparelhos são dimensionados para trabalhar em tensões de 110V ou 220V em condição normal, mas em condições adversas, as normas obrigam que os aparelhos suportem tensões de até 1.500V. O que parece ótimo, mas nem chega perto do que um raio é capaz de gerar.

     

    Assim, podemos concluir que raios queimam aparelhos eletroeletrônicos devido às sobretensões, que excedem em muito a tensão nominal do aparelho, mas ocorrem num período de tempo muito curto. Para isso, damos o nome de surtos de tensão.

     

    Antes de passarmos do problema para a solução, é preciso dizer também que não são só os raios que causam surtos de tensão, mas diversas outras fontes podem ocasionar isso, como manobras em equipamentos de transmissão de energia ou interrupções abruptas de energia. Isso explica o motivo de seus equipamentos queimarem quando há algum defeito na rede elétrica.

     

    Você também pode estar imaginando que somente os fios de alimentação de energia podem conduzir uma sobretensão capaz de queimar seus equipamentos, mas apesar de ser o mais comum, as entradas de energia não são as únicas partes queimadas por surtos de tensão. Entradas de dados (Ethernet), voz (telefonia) e antenas podem ser afetadas por surtos de tensão nas mesmas condições, mas para facilitar nossa discussão vamos nos focar na alimentação de energia.

     

    Então vamos ao que interessa:

     

    Como evitar a queima de seus aparelhos por surto de tensão?

     

    Simples, basta usar um Dispositivo Protetor de Surtos (DPS).

     

     

    Vamos explicar como ele funciona:

     

    O DPS é instalado antes do aparelho a ser protegido. Quando um surto de tensão aparece e supera o valor de tensão que o aparelho suporta, ele começa a conduzir corrente. Com isso, ele limita a sobretensão que atinge o aparelho protegido.

     

    Parece muito simples, porém temos que lembrar que a quantidade de energia é enorme, e o DPS precisa dissipá-la em pouco tempo. Esse foi o desafio a ser vencido.

     

    Outro detalhe interessante é que, diferente do disjuntor e do DR, o DPS não desliga a rede. Ou seja, os aparelhos continuam funcionando, podendo eventualmente ocorrer um reset dos que são microprocessados. Ou seja, você nem percebe o DPS agindo.

     

    Existem várias tecnologias de DPS, sendo que em residências o uso de MOV (varistor de óxido metálico) é o mais comum.

     

    Ok, pegamos pesado na parte técnica, afinal o que você tem a ver com isso?

     

    O que você precisa saber é que o DPS que está no seu quadro de distribuição vai precisar ser trocado um dia. Isso ocorre porque esse tal MOV vai perdendo sua capacidade de operação a cada surto a que é submetido. O ruim é que não é possível determinar quanto tempo ele vai durar, pois isso depende da intensidade dos surtos e de quantos surtos ele vai receber. Por outro lado, o DPS com essa tecnologia tem um indicador em sua parte frontal que avisa quando seus aparelhos estão protegidos (verde) e quando você precisa trocá-lo (vermelho).

     

    A instalação de um DPS requer bom conhecimento de instalações elétricas. Seu dimensionamento e local de instalação são muito importantes.

     

    Você sabia que graças à sua posição geográfica e extensão territorial, o Brasil é o país no mundo que mais recebe descargas atmosféricas?

     

    É espantoso que o uso de DPS não seja popular e pior ainda que, apesar das normas técnicas recomendarem seu uso, ainda existem imóveis residenciais novos sendo construídos sem a instalação de DPS. Então, agora que você já sabe de tudo isso, quando for comprar um imóvel novo, exija o DPS LEGRAND e se já possui um, procure um eletricista de sua confiança para instalá-lo.

     

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